
* Fundação de Serralves, Serviço Educativo do Museu de Serralves, Centro Educativo Santo António, Qualificar Para Incluir, Comunidade Terapêutica de Ponte da Pedra, Emílio Remelhe, Patrícia Lino, Regina Guimarães, Saguenail, Calhau, João Alexandrino (JAS), Manuela Bacelar, Paulo Eduardo Monteiro.
A Leitura Furiosa é um acontecimento anual que dura três dias. Um momento privilegiado de encontro dos zangados com a leitura, a escrita e o mundo com os escritores. O momento único que permite a um não-leitor aproximar-se, com um escritor, da magia da escrita. Cada um faz ouvir a sua voz e segue um outro caminho.
Quem imaginou, há quase 20 anos, a Leitura Furiosa foi a associação Cardan, duma cidade do norte da França, Amiens, que trabalha para tornar o saber acessível àqueles que dele são excluídos, para quem o saber e a cultura devem nascer de uma ligação com o conjunto da sociedade, para quem a cultura pode e deve ser analisada por aqueles que não a praticam. Por aí passa a integração, a inserção.
Em 2000, a Leitura Furiosa chegou a Lisboa. Até 2004 foi a Abril em Maio, uma associação cultural, que a organizou. Em 2008 começou a acontecer no Porto, em Serralves. Em 2009, a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio repegou na ideia, em Lisboa. Em 2010 continua, com mais grupos, mais escritores, mais desenhadores, mais actores e cantores.
A Leitura Furiosa destina-se aos que, sabendo ler, estão zangados com a leitura – crianças e adultos, homens e mulheres, empregados e desempregados, nacionais e estrangeiros.
Vários pequenos grupos de gente zangada com a leitura convivem durante um dia com um escritor, como entenderem fazê-lo. À noite, o escritor escreve um pequeno texto que oferecerá ao grupo quando, no dia seguinte, voltar a encontrar-se com ele. Passarão todos por uma livraria, por uma biblioteca. Os textos são ilustrados, paginados e os que vêm de França e Kinshasa traduzidos. No Domingo, terceiro dia do encontro, são tornados públicos numa sessão de leitura feita por actores e não-actores, alguns deles musicados e cantados, e publicados numa brochura. Posteriormente são editados em livro.